Atividades em que participei

Visita de estudo a Arouca

Da Mizarela às Pedras Parideiras

Nesta visita de estudo tivemos a oportunidade de visitar alguns geossítios tais como:

  • Miradouro da Frecha da Mizarela;
  • Contacto Litológico da Mizarela;
  • Campo de dobras da Castanheira;
  • "Pedras Parideiras";
  • Falha da Espiunca.

- Miradouro da Frecha da Mizarela (G6)

A Frecha da Mizarela é uma magnífica queda de água, formada pelo rio Caima, que se despenha de uma altura superior a 60 metros. Sítio de relevante interesse geológico, a sua origem deve-se ao contacto entre rochas graníticas e xistentas e, ainda, à movimentação associada ao sistema de falhas da serra da Freita. Como o granito é mais resistente à erosão fluvial do rio Caima, do que os xistos, formou-se este enorme desnível que originou a grandiosa queda de água. A Frecha da Mizarela também pode ser observada a partir do piso panorâmico do Radar Meteorológico de Arouca, situado na encosta da Castanheira.

- Contacto Litológico da Mizarela (G5)

Este geossítio situa-se a 50 metros da povoação da Mizarela onde é possível a melhor observação macroscópica que distingue o granito das rochas xistentas, uma vez que estão lado a lado. É um excelente sítio para cartografia geológica.

O granito apresenta-se sob forma de relevo residual por toda a serra da Freita. Apesar de estar descrito como granito de duas micas, neste local, existe um claro domínio da moscovite em relação à biotite.

Por outro lado, as rochas xistentas, maioritariamente micaxistos apresentam com um grau de metamorfismo médio. Um mineral muito comum na constituição é a estaurolite. Apresentando-se maclados (minerais com orientação recíproca bem definida), podem apresentar-se de várias dimensões neste local.

- Campo de Dobras da Castanheira (G8)

Esta área situada a sudeste das "pedras parideiras" é conhecida por apresentar rochas intensamente dobradas. As "dobras" são deformações nas rochas onde se verifica o encurvamento de superfícies originalmente planas.

Estas rochas formaram-se à mais de 500 milhões de anos, nas profundezas de um mar existente nesta região. As mesmas iam-se depositando no fundo do mar horizontalmente, que depois, devido aos fatores do metamorfismo (aumento da pressão e da temperatura) imprimiram às rochas um comportamento dúctil.

Nesta região ocorrem ainda inúmeros filões de quartzo, cuja cor clara e alta resistência à meteorização facilita a perceção das dobras.

- Pedras Parideiras (G7)

Do ponto de vista geológico, esta rocha designa-se «granito nodular da Castanheira» e estende-se por uma área de cerca de 1 km2. O granito é de cor clara e apresenta um grão médio, com duas micas e uma invulgar quantidade de nódulos biotíticos (mineral de cor negra), de forma discoide e biconvexa, marcadamente alinhados. Apresenta, como minerais essenciais, quartzo, ortoclase, albite, biotite e moscovite. Como minerais acessórios zircão, apatite, rutílio, titanite-leucoesfena, clorite, fibrolite e silimanite. Por ação da erosão, os nódulos libertam-se e acumulam-se no solo, deixando no granito uma cavidade, cujas paredes estão revestidas por uma capa biotítica. É por isso que os habitantes da aldeia da Castanheira chamaram a esta rocha «Pedra Parideira», por ser «a pedra que pare pedra». Estes nódulos apresentam dimensões que variam entre 1 e 12 centímetros de diâmetro e, embora sejam constituídos, exteriormente, apenas por biotite, o núcleo é constituído por minerais de quartzo e feldspato.

- Falha da Espiunca

A falha da Espiunca ocorre no talude da estrada mesmo depois da ponte sobre o Paiva, nos quartzitos formados há mais de 550 milhões de anos nas profundezas do mar. Há 300 milhões de anos, ocorreram uma série de movimentos orogénicos que levantaram o que são hoje as serras do Montemuro e o maciço da Gralheira (orogenia Varisca) originando, nesse processo, um sistema de falhas na direção NW-SE, NNW-NNE e NNE-SSW. A falha da Espiunca enquadra-se neste último grupo, e desenvolve-se no afloramento junto à placa que indica a direção de Alvarenga, sendo visível uma importante falha normal com um rejeito de 1,70 metros. O rio Paiva corre aqui, criando um dos locais de eleição para a prática de rafting. 

Passadiços do Paiva (8km)


Os Passadiços do Paiva são uma referência do turismo na região de Arouca. As paisagens de cortar a respiração, a riqueza natural, biológica, geológica e arqueológica são argumentos que convidam os visitantes a perderem-se no trilho de madeira que serpenteia junto às margens do rio Paiva.

- Biospots dos Passadiços do Paiva

Ao longo do passadiço do Paiva foram criados 9 Biospots para destacar algumas das espécies mais emblemáticas e comuns da diversidade de insetos e plantas.

Os passadiços permitem uma proximidade ao leito do rio e à vegetação envolvente particularmente adequada para observar e fotografar, especialmente borboletas ou libélulas. Nesta visita guiada, pudemos observar 5 dos 9 biospots.

Museu das Trilobites-Centro de Interpretação Geológica de Canelas

Neste centro de interpretação Geológica, bivalves, rostroconchas, gastrópodes, cefalópodes, braquiópodes, crinóides, cistóides, hiolítidos, conulárias, ostracodos, graptólitos e icnofósseis ganham nova vida. São as trilobites que se destacam, como os maiores exemplares do mundo, da sua espécie. Os vários fósseis aqui expostos contam-nos histórias da história da Terra, alguns dos capítulos mais longínquos da evolução da vida no nosso planeta. Este museu tem desempenhado um papel fundamental no estudo, preservação e divulgação deste património, formadas num antigo mar austral há cerca de 465 milhões de anos (Período Ordovícico). O Centro de Interpretação e Investigação Geológica de Canelas (CIGC) assume-se, assim, como um exemplo de cooperação entre a indústria extrativa, a educação e a ciência.

Visita de estudo à Igreja de São Roque

Nesta visita de estudo à igreja de São Roque tivemos a oportunidade de ver as principais rochas constituintes da arquitectura da igreja barroca. Na Capela de Nossa Senhora da Doutrina (3º imagem) e na igreja podemos ver o mármore com a tonalidade de cor do mineral manganês. O mármore era muito utilizado nas igrejas medievais porque Itália tinha e ainda tem imenso mármore na sua carta geológica.

© 2018 Marta Alves
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