Matéria do 2º Período
11º ano - UNIDADE 6
Reprodução Sexuada e Variabilidade
Sendo a meiose um tipo de divisão celular especial, ela ocorre em tecidos especiais. Quando a meiose tem como objetivo a produção de gâmetas, esses tecidos especiais denominam-se como gametângios. Quando a meiose tem como objetivo a produção de esporos, esses tecidos especiais denominam-se esporângios.
Ao contrário do que sucede com os animais, em que os gâmetas se formam por meiose a partir das células das gónadas, nas plantas, os gâmetas raramente resultam diretamente da meiose. Geralmente, a meiose origina esporos.
Entre plantas, é grande a variedade de gametângios que se podem encontrar. Os musgos e os fetos, por exemplo, produzem os anterozoides (gâmetas masculinos) no anterídeo (gametângio masculino). Os anterozoides dependem da água para alcançar a oosfera (gâmeta feminino) que se encontra dentro do arquegónio (gametângio feminino).
Os pinheiros fazem parte de um grupo de plantas, as Gimnospérmicas, mais complexos que os musgos e os fetos. Nestas árvores, os gametângios masculinos (as escamas dos cones masculinos) denominam-se microsporófilos e produzem os grãos de pólen e os gametângios femininos (as escamas dos cones femininos - as pinhas) chamam-se megasporófilos e contém os óvulos.
As angiospérmicas são o grupo mais complexo de plantas e caracterizam-se por possuírem flor, esta assume a função reprodutora nestas plantas. É nas anteras dos estames que se produzem os grãos do pólen e nos ovários que estão contidos os óvulos.
Tanto nas Angiospérmicas como nas Gimnospérmicas, a fecundação é independente da água, o que permite uma melhor adaptação ao ambiente terrestre.
Ciclos de vida: unidade e diversividade
A sequência de estados na história reprodutiva de um organismo, começando com a conceção do indivíduo, até à produção da sua própria descendência, é designada ciclo de vida. O ciclo de vida de uma espécie repete-se de geração em geração.
Um ciclo de vida é caracterizado por alternância de fases nucleares, tendo duas fases:
- Fase haplóide ou haplofase (com n cromossomas): tem início nas células que resultam da meiose;
- Fase diploide ou diplofase (com 2n cromossomas): tem início no ovo ou zigoto.
Sendo a fecundação e a meiose processos comuns a todos os organismos que se reproduzem sexuadamente, originaram-se 3 ciclos de vida:
- Ciclo de vida haplonte;
- Ciclo de vida diplonte;
- Ciclo de vida haplodiplonte.
1. Ciclo de vida Haplonte:
A maioria dos fungos e alguns protistas, incluindo algumas algas, apresentam um tipo de ciclo de vida característico. A meiose ocorre logo a seguir à formação do zigoto diploide (meiose pós-zigótica). Esta meiose não produz gâmetas, mas sim células haploides, que se dividem por mitose para dar origem a um organismo multicelular haplonte.
Subsequentemente, este organismo produz gâmetas, não por meiose, mas por mitose. O único estado diploide é o zigoto. Por este facto, o ciclo diz-se haplonte.

Na reprodução sexuada da espirogira, existe um tubo de conjugação que faz a ligação entre o gâmeta dador e o gâmeta recetor. O gâmeta dador atravessa o tubo de conjugação, junta-se com o gâmeta dador, fecundam e formam o zigoto.

2. Ciclo de vida Diplonte:
No caso da maioria dos animais, o ciclo de vida diz-se diplonte. Os gâmetas são as únicas células haploides. A meiose ocorre durante a produção dos gâmetas (meiose pré-gamética), que não sofrem mais divisões celulares até à fecundação. O zigoto diploide divide-se por mitose, dando origem a um organismo pluricelular diplonte.

O ser humano reproduz-se exclusivamente de forma sexuada e apresenta dimorfismo sexual (homem e mulher). A reprodução humana envolve uma anatomia intrincada e um comportamento complexo. Na espécie humana, a meiose ocorre durante a formação dos gâmetas (meiose pré-gamética), que, quando se unem (fecundação), dão origem a um zigoto diploide, que se divide mitoticamente, originando um indivíduo pluricelular diplonte.


3. Ciclo de vida Haplodiplonte:
As plantas e algumas espécies de algas exibem um terceiro tipo de ciclo de vida onde se verifica alternância de gerações. Este tipo de ciclo de vida inclui estados multicelulares diploides e haploides, sendo, por isso, denominado haplodiplonte.

A reprodução sexuada do polipódio (Polypodium) está dependente da formação de esporos. Durante a época da reprodução, desenvolvem-se soros na página inferior das folhas. Os soros são grupos de esporângios (estruturas pluricelulares que, quando jovens, contêm células-mãe de esporos).
Durante o processo reprodutivo, as células-mãe dos esporos contidas nos esporângios sofrem meiose, originando esporos. Seguidamente, os esporângios rompem-se, libertando os esporos.
Cada esporo que germina origina uma estrutura fotossintética de vida independente chamada protalo. O protalo é um gametófito que possui anterídeos, onde se formam anterozoides, e arquegónios, onde se formam oosferas.
Os anterozoides nadam até aos arquegónios, nos quais se vão fundir com as oosferas. Desta fecundação, dependente da água, resulta um zigoto diploide que, por mitoses sucessivas, origina um esporófito de vida independente (planta adulta).
O polipódio é um ser haplodiplonte, pois a meiose é pré-espórica, havendo alternância de gerações. A geração esporófita é mais desenvolvida que a geração gametófita.


11º ano - UNIDADE 7
Evolução Biológica
O planeta Terra formou-se há cerca de 4600 milhões de anos (M.a.). Os primeiros milhões de anos da história do planeta terão sido tumultosos. Os corpos do Sistema Solar, então recém-formado, procuravam, ainda, a estabilidade. Os bombardeamentos meteoríticos sucederam-se a um ritmo elevado, até há cerca de 3900 M.a.
A partir desta altura, a Terra entrou numa fase mais calma da sua evolução e a temperatura foi diminuindo,
Segundo esta hipótese, as moléculas orgânicas, ao interagirem entre si, terão originado sistemas com elevados níveis de organização, designados protobiontes (agregados moleculares que não são capazes de se reproduzirem de forma regular).


Protobionte
Dos procariontes aos eucariontes
A origem dos seres vivos eucarióticos
Existem duas hipóteses que explicam a formação dos seres vivos eucarióticos:
- Hipótese Autogénica;
- Hipótese Endossimbiótica.

1. Hipótese Autogénica
Esta hipótese afirma que o núcleo foi formado através de uma invaginação na membrana plasmática que organizou o material genético. Algum desse material genético saiu do núcleo e foram agrupados em organelos intracelulares como os cloroplastos e as mitocôndrias. No entanto, o material genético dos mesmos e do núcleo apresentam diferenças, não sendo iguais.
2. Hipótese Endossimbiótica
Esta hipótese afirma também que o núcleo foi formado por uma invaginação na membrana celular que organizou o material genético. No entanto, esta teoria afirma que os cloroplastos e as mitocôndrias eram seres procariontes livres que se fundiram com a célula com o núcleo recém-formado, fixando-se no interior e ambas estabeleceram uma relação simbiótica e que foi benéfica para as duas.
Existem várias evidências que os cloroplastos e as mitocôndrias foram seres procariontes livres:
- Têm dimensões semelhantes às bactérias;
- Produzem as membranas internas e replicam-se por um processo semelhante à fissão binária que ocorre nas bactérias;
- Possuem o seu próprio material genético (DNA circular sem histonas, tal como acontece nos procariontes atuais);
- Os ribossomas dos mesmos são mais semelhantes aos ribossomas das bactérias do que os ribossomas das células eucarióticas;
- Existem enzimas e sistemas de transporte dentro dos mesmos que se assemelham às células procarióticas.

Da unicelularidade à multicelularidade
Os seres vivos, há milhões de anos atrás, eram apenas seres unicelulares, muito simples. No entanto, ao longo de milhares de anos, foram-se juntando e agregando, formando colónias, constituídas pelo mesmo tipo de seres vivos, tornando-se menos vulneráveis.
Inicialmente todas as células possuíam a mesma função, mas ao longo de vários anos ter-se-ão especializado em determinadas funções (as células periféricas da colónia especializaram-se na proteção e as células do centro especializaram-se na reprodução).

A diferenciação celular e especialização resultou numa interdependência estrutural e funcional das células coloniais,que se acentuou ao longo da evolução, surgindo seres pluricelulares.
Vantagens da pluricelularidade:
- manutenção de uma boa relação área-volume para as trocas gasosas.
- grande diversidade de formas e de funcionalidades proporionando uma melhor adaptação a diferentes meios ambientes;
- permitiu a ocorrência de mecanismos de regulação que conduziram à diferenciação celular, com a consequente especialização no desempenho de determinadas funções;
- a diminuição da taxa metabólica e utilização mais eficaz da energia;
- foi possível a sobrevivência de seres de maiores dimensões sem comprometer as trocas com o meio externo;
- uma maior autonomia em relação ao meio externo, pois os vários sistemas de órgãos garantem que o meio interno mantenha um maior equilíbrio (homeostasia);
Mecanismos de evolução
A Terra é um enorme palco, no qual atua uma diversidade enorme de seres vivos. Desde cedo que a imensa diversidade de seres vivos levantou questões sobre a sua origem.
1. Fixismo
O Fixismo considera que as espécies são permanentes, perfeitas e que não sofrem evolução.
Uma teoria fixista, o Criacionismo, afirma que os seres vivos foram originados por criação divina. Como obra divina, a criação implica perfeição e estabilidade.
No final do séc. XVIII, o Fixismo, bem como o Criacionismo começaram a ser posto em causa porque:
- Baseavam-se na fé, como tal, não eram objeto de estudo por parte da ciência.
- A descoberta de fósseis de seres vivos que não existiam na atualidade.
Através destes argumentos contra o Fixismo, o Evolucionismo apareceu como resposta. Esta teoria afirma que o mundo sofre variações ao longo do tempo, e os seres vivos não são exceção.
Outra teoria fixista foi o Catastrofismo, afirmando que as catástrofes naturais, como dilúvios e glaciações, extinguiam os seres vivos dessa região e eram repovoados por seres vivos que migravam para esse local, não sendo iguais aos que existiam.
Através destes conhecimentos, surgiu o uniformitarismo e o gradualismo, afirmando que:
- As leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
- os acontecimentos do passado devem ser explicados a partir da observação dos atuais, uma vez que as causas desses acontecimentos são as mesmas na atualidade (atualismo);
- A maioria das alterações geológicas ocorre de forma gradual e lenta.
Estas teorias levaram ao aparecimento de modelos que explicassem o processo evolutivo.

2. Evolucionismo
Na tentativa de conciliar dados revelados pelos estudos paleontológicos com as ideias fixistas, Cuvier propôs a Teoria do Catastrofismo. Esta teoria defendia que uma sucessão de catástrofes tinha ocorrido no decurso da História da Terra, conduzindo à destruição dos seres. Essas áreas seriam, posteriormente, colonizadas.
O Evolucionismo considera que a diversidade de seres vivos resulta de um processo de transformação que as espécies vão sofrendo.

Teorias evolucionistas: Lamarckismo e Darwinismo
Lamarckismo
A primeira Teoria Evolucionista é atribuída a Lamarck. O Lamarckismo assenta em dois princípios:
- A lei do uso e do desuso:
- A lei da transmissão dos caracteres adquiridos:
Lamarck considerava que as necessidades do meio também afetavam as necessidades dos seres vivos. Um exemplo é o pescoço da girafa. A girafa vivia numa região de savana e, consequentemente, com pouca vegetação. Por isso, tentou procurar alimento nas árvores. Pelo uso repetitivo do pescoço conseguiu chegar às folhas das árvores, ganhando uma utilidade.
As características adquiridas são passadas de geração em geração.
No entanto, esta teoria foi alvo de críticas:
- O facto da matéria viva ter a "ambição natural" de ser melhor;
- A lei do uso e do desuso não explicava todas as modificações;
- A 2ª lei não é válida, porque as atrofias dos órgãos não são transmitidas.
Darwinismo
Darwin desenvolveu uma outra teoria evolucionista, que marcou profundamente a comunidade cientifica e a sociedade em geral. O trabalho de Darwin foi influenciado pelo trabalho de muitos outros pensadores. O Darwinismo tem por base os seguintes principios:
- Existem variações individuais dentro de uma mesma espécie;
- As populações têm tendência para uma progressão geométrica, produzindo mais descendentes do que aqueles que acabam por sobreviver;
- Entre a população existe uma luta pela sobrevivência devido à competição da procura de alimento ou outros fatores ambientais. Por esta razão, um número significativo de indivíduos é eliminado;
- Alguns indivíduos apresentam características vantajosas no meio em que se encontram. Por esta razão, sobrevivem mais tempo, ocorrendo a sobrevivência dos mais aptos;
- Como são mais aptos, os indivíduos com as características favoráveis reproduzem-se mais, e assim, transmitem as suas características aos descendentes;
- Devido a uma acumulação lenta de determinadas características de geração em geração, surgem novas espécies.
Contributos para o evolucionismo:
- Anatomia comparada
Estruturas Homólogas
São orgãos que, apesar de desempenharem uma função diferente, apresentam um plano estrutural semelhante, a mesma posição e origem embriológica idêntica.
Associado à existência das estruturas homólogas, verifica-se a divergência de organismos a partir de um grupo ancestral comum que colonizou diferentes habitats e, por isso, sofreu pressões selectivas distintas, ou seja, uma Evolução Divergente.

Estruturas Análogas
São órgãos que têm uma estrutura e origem embriológica diferentes, mas que desempenham a mesma função.
As estruturas análogas terão resultado de pressões selectivas idênticas sobre indivíduos de diferentes grupos, que conquistaram meios semelhantes, neste caso, diz-se que ocorre Evolução Convergente.

Estruturas vestigiais
São estruturas que terão sido úteis no passado mas que no momento já não são. Dizem-se, por isso, órgãos atrofiados.

- Paleontologia
A descoberta de fósseis mostram como é que os seres vivos vão sofrendo alterações ao longo do tempo, ajudando a construir árvores filogenéticas de várias espécies, mostrando as suas alterações ao longo de milhões de anos.

- Distribuição Geográfica
As espécies tendem a ser tanto mais semelhantes quanto maior é a sua proximidade geográfica. Quanto mais isoladas maiores são as diferenças entre si.
- Embriologia comparada
A comparação de embriões revela semelhanças nas primeiras fases de desenvolvimento e estruturas comuns em embriões de diferentes grupos

- Dados da citologia
O facto de todos os seres vivos apresentarem vias metabólicas semelhantes, apesar de serem muito diferentes, isto indicia uma origem comum. Todas células provém de células pré existentes e possuem a mesma estrutura.

Neodarwinismo
Esta teoria afirma que:
- A seleção natural atua sobre os indivíduos com toda a sua carga genética;
- Os indivíduos com características mais favoráveis, como já foi dito, reproduzem-se mais e transmitem os seus genes aos seus descendentes, tornando-os mais frequentes.

Como evolui uma população? Como se altera o seu fundo genético?

11º ano - Unidade 8
Sistemática dos Seres Vivos

Regras da nomenclatura:
- na designação científica os nomes são sempre em latim ou latinizados;
- os nomes científicos escrevem-se em itálico ou se for num texto manuscrito deverão ser sublinhados;
- a espécie deve ser reconhecida por uma nomenclatura binomial, em que a primeira palavra designa o género e a segunda o restritivo específico da espécie;
- o nome do género é um substantivo, escrito com inicial maiúscula;
- o restritivo específico é um adjectivo escrito só com minúsculas;
- a designação de subespécie é trinominal, acrescentando-se um terceiro termo em latim correspondente ao restritivo subespecífico;
- após o nome da espécie, vem o nome do autor e a data em que pela primeira vez o organismo foi descrito
- todos os níveis taxonómicos superiores à espécie têm nomenclatura uninominal.
Principais níveis taxonómicos dos seres vivos:
A taxonomia hierarquiza os indivíduos. À medida que progredimos do reino ao género, o número de espécies por nível diminui, mas os seres vivos vão sendo cada vez mais aparentados.

GEOLOGIA
11º ano - Unidade 2
Rochas Sedimentares
- Ciclo das rochas ou Ciclo litológico
O ciclo das rochas é um modelo teórico da constante reciclagem das rochas à medida que elas se formam, se destroem e se transformam.

As rochas, para além do seu interessante prático - materiais de construção, minérios, combustíveis fósseis -, têm ainda importante interesse geológico, na medida em que, sendo testemunhas da dinâmica do nosso planeta, permitem investigar a história da Terra. As rochas são associações de minerais que se formaram em determinadas condições de pressão e de temperatura.
Principais etapas de formação das rochas sedimentares: Alteração das rochas
As rochas, quando expostas na superfície terrestre, são continuamente alteradas por diversos fenómenos ambientais.
As rochas, quando estão expostas na superfície terrestre, estão sujeitas a alterações, que provocam o seu desgaste. Este processo designa-se por meteorização. Podem ser de dois tipos:
- Meteorização física ou mecânica: inclui diversos processos que fragmentam a rocha em pedaços cada vez mais pequenos, sem que ocorram transformações químicas que alterem a sua composição.
- Meteorização química: verifica-se uma alteração, quer na composição química, quer na composição mineralógica; alguns minerais são destruídos ou são substituídos por minerais mais estáveis nas condições da superfície terrestre.

A ação combinada destes dois tipos de meteorização transforma a rocha sólida em fragmentos individualizados - os sedimentos.
Meteorização física/mecânica
A meteorização mecânica pode ser causada por diversos agentes:
- Água: Alteração de períodos secos com períodos de grande humidade originam aumentos de volume e retrações que levam à fraturação e, eventualmente, à degradação da rocha. A própria ação da água das chuvas sobre as rochas também contribui para a meteorização.
- Gelo (crioclastia): A água infiltra-se nas fraturas das rochas. Quando a água solidifica, o seu volume aumenta e, consequentemente, aumentam as fissuras já existentes ou originam novas fissuras.
- Ação dos seres vivos: A implantação de sementes dentro das fraturas nas rochas porosas e fraca resistência pode contribuir para a desagregação das mesmas. O crescimento das raízes contribui para a mesma. Outro exemplo são os seres vivos que cavam tocas ou galerias. Todas estas situações contribuem para a meteorização física das rochas.
- Ação da temperatura (termoclastia): em regiões com fortes amplitudes térmicas, como por exemplo, o deserto, causa constantes dilatações (aumento da temperatura) e contrações (diminuição da temperatura) na rocha. Estes movimentos sistemáticos leva à fraturação das mesmas.
- Crescimento dos minerais (haloclastia): Por vezes, a água que existe nas fraturas das rochas contém sais dissolvidos, que podem precipitar e aplicar forças nas fraturas, aumentando o seu tamanho, e contribuindo assim para a meteorização física.
- Alívio da pressão: A redução da pressão sobre a rocha, quando são aliviadas do peso das rochas sobrejacentes, expandem, fraturam e formam diaclases.
Meteorização química
Este processo transforma os minerais das rochas em novos produtos químicos. É tanto mais ativa e facilitada quanto maior for o estado de degradação física da rocha. Este tipo de meteorização pode ocorrer mais frequentemente em regiões quentes e húmidas, propícias a reações químicas.
Esta meteorização química pode ocorres de duas maneiras:
- Os minerais são dissolvidos completamente, como por exemplo a calcite ou a halite;
- Os minerais são alterados, como o feldspato ou as micas, e formam novos minerais.
Principais reações que podem ocorrer na meteorização química:

Erosão
- Ação erosiva da água:
As águas das chuvas são responsáveis pela formação de ravinas, principalmente quando os solos não apresentam vegetação. A ação da água na erosão pode originar estruturas como as chaminés de fada.
- Ação erosiva do vento:
É feita em dois processos. O primeiro consiste na remoção de partículas, descobrindo a rocha sã (a própria rocha inalterada), ficando sujeita à ação da meteorização. No segundo processo, o vento, juntamente com as partículas que ele transporta, age como se fosse uma lixa. Assim, as rochas vão sendo alteradas, podendo originar estruturas pedunculadas.

Transporte
- Transporte pela gravidade terrestre:
A força da gravidade faz com que muitos materiais deslizem ao longo das encostas.
- Transporte pelo vento:
Este transporte obviamente vai depender da intensidade do mesmo e do tamanho das partículas que transporta. Este normalmente atua em regiões áridas e sem vegetação, onde as partículas do solo são facilmente levantadas.
- Transporte pela água:
A água é o principal fator de transporte dos materiais resultantes de meteorização e erosão das rochas. Esta pode-se encontrar no estado sólido (glaciares) ou no estado líquido (águas selvagens, torrentes, rios, águas subterrâneas, mares e oceanos).
Deposição/Sedimentação
A deposição pode ocorrer no interior de continentes (rios, lagos) nas margens do oceano (praias, margens) e no oceano.
Para álem de detritos, também se podem depositar minerais resultantes da meteorização ou matéria orgânica.
Quando os sedimentos chegam a locais mais estáveis depositam-se no fundo, em camadas horizontais (estratos), e aí ficam até ser consolidados.

Diagénese
A diagénese corresponde ao conjunto de processos que permite transformar os sedimentos soltos em grãos consolidados. Para que isso aconteça, ocorrem três processos:
1. Compactação - devido ao peso dos sedimentos que vão chegando, os que constituem as camadas inferiores vão sendo apertados, reduzindo-se o espaço entre eles, e a expulsão da água que ocupava os espaços inicialmente.
2. Cimentação - a água que cobre as camadas de sedimentos tem minerais muito finos em suspensão. Esses minerais precipitam e funcionam como um cimento que une os sedimentos de maiores dimensões, transformando-os numa rocha consolidada.
3. Recristalização - alguns minerais, quando sujeitos a diferentes condições de pressão e temperatura, podem sofrer alterações na sua estrutura mineralógica, torando-se mais estáveis.
Os minerais

Uma rocha é uma associação compatível e estável de minerais. Para podermos estudar as rochas, é indispensável o conhecimento do conceito de um mineral e das suas principais propriedades.
Uma substância, para ser considerada um mineral, terá de:
- ser um sólido;
- ocorrer naturalmente, ou seja, formar-se sem a intervenção do Homem;
- ser inorgânico;
- ter uma estrutura cristalina;
- ter uma composição química definida, fixa ou variável dentro de limites bem definidos, que possa ser representada por uma fórmula química.

Principais propriedades dos minerais
- Composição química:
Os minerais apresentam uma composição química, fixa ou variável, dentro de determinados limites. Os dados da mesma são fornecidos por análises químicas. Os minerais são divididos, de acordo com a classificação de Dana e Hurlbut, de acordo com o anião dominante.


- Clivagem:
A clivagem é a propriedade física que traduz a tendência de alguns minerais para fragmentarem, por aplicação de uma força mecânica. Estes minerais apresentam um sistema cristalográfico específico. A clivagem pode ser de três tipos:
- Perfeita;
- Distinta;
- Indistinta.
- Brilho:
O brilho é a propriedade física que se refere à intensidade da luz refletida pelas superfícies de fratura do mineral. O brilho pode ser de três tipos:
- Metálico;
- Submetálico;
- Não metálico.
- Cor:
A cor é a propriedade que resulta da absorção de radiações da luz branca que incide sobre o mineral. Os minerais podem ser:
- Idiocromáticos: minerais que apresentam uma cor constante;
- Halocromáticos: minerais que apresentam cor variável.
- Dureza:
A dureza de um mineral é a resistência que ele oferece ao ser riscado por outro mineral. Disto, podem ocorrer três situações:
- Se o mineral considerado riscar outro e o correspondente não riscar o considerado, tem maior dureza que o correspondido;
- Se os minerais se riscarem mutuamente, têm a mesma dureza;
- Se o mineral considerado for riscado por outro e não riscar o mesmo, tem menor dureza.
Métodos para descobrir a dureza do mineral:
- Escala de Mohs, utilizando os minerais de referência da mesma. Por exemplo, se um mineral riscar o feldspato e ser riscado pelo quartzo, tem dureza 6,5.
- Métodos alternativos: a unha do dedo (dureza 2,5), uma moeda de cobre (dureza 3), canivete (dureza 5) e uma lima de aço (dureza 6,5-7).
- Traço:
O traço de um mineral é a cor do mesmo reduzido em pó. Para determinar o traço:
- De minerais com dureza inferior a 7, riscam-se numa porcelana;
- De minerais com dureza superior a 7, reduz-se em pó num almofariz.
Geralmente os de brilho metálico são mais densos.
- Classificação das rochas sedimentares

Rochas sedimentares detríticas
Constituem mais de cerca de 75% das rochas existentes. Este tipo de rochas sedimentares formam-se a partir de fragmentos sólidos, isto é, de detritos obtidos a partir de rochas pré-existentes, por processos de meteorização e erosão.
Os sedimentos, dependendo do transporte, podem-se classificar-se através do grau de calibragem e do grau de arredondamento.
- Os sedimentos mal calibrados e angulosos tiveram um transporte curto;
- Os sedimentos bem calibrados e arredondados tiveram um transporte longo.


Rochas sedimentares quimiogénicas
Neste tipo de rochas sedimentares, os sedimentos resultam da precipitação de substâncias químicas dissolvidas numa solução aquosa.
Assim, da precipitação de substâncias dissolvidas na água formam-se minerais, dos quais originam, se existirem condições necessárias, rochas sedimentares quimiogénicas.

Rochas sedimentares biogénicas
Estas rochas resultam de substâncias químicas produzidas pelos seres vivos ou resultantes da sua atividade.
Nas rochas sedimentares biogénicas incluem-se os calcários e ainda o carvão.

Formação do Carvão
O carvão mineral foi formado pelos restos soterrados de plantas tropicais e subtropicais em zonas pantanosas.
A argila dos pântanos impede o apodrecimento da matéria orgânica (vegetal), subterrada. Ao longo do tempo, com a sedimentação de mais argilas, os materiais orgânicos ficam comprimidos com o peso dos sedimentos e sujeitos a uma maior pressão e temperatura e vão sofrendo transformações progressivas levando à génese do carvão.
O carvão é um produto da fossilização da matéria orgânica que é constituída essencialmente por oxigénio, azoto, carbono e hidrogénio, ao longo de milhões de anos. Vai empobrecendo em oxigénio, azoto e hidrogénio, aumentando, relativamente, a quantidade de carbono. Este processo é um tipo de fossilização que se designa por Incarbonização.
Quanto maior o teor de carbono, mais puro se considera e mais potencial energético tem. Existem quatro tipos principais de carvão mineral: turfa, lignite, hulha (carvão betuminoso) e antracite.
À medida que se dá um enriquecimento relativo de carbono, o carvão tem cada vez menos água e voláteis na sua composição. A antracite, é considerada rocha metamórfica.


Formação do Petróleo
O petróleo forma-se a partir de matéria orgânica, que migra para os poros das rochas sedimentares, sendo por isso, um fluido de origem biogénica, com uma percentagem variável de gases.
O termo petróleo designa "toda a concentração ou mistura natural de hidrocarbonetos líquidos ou gasosos", sendo os hidrocarbonetos líquidos o petróleo, e os hidrocarbonetos gasosos o gás natural.
Os hidrocarbonetos são compostos químicos constituídos por átomos de hidrogénio e átomos de carbono.

Se a temperatura continuar a aumentar por um intervalo de tempo, o petróleo passa totalmente para o estado gasoso, formando gás natural.
Depois de formado, o petróleo tende a migrar para níveis superiores, dado ser menos denso que os restantes fluidos da rocha-mãe. Se não tiver nenhum obstáculo à sua passagem, é provável que se perca na superfície terrestre. Porém, na sua ascensão, pode encontrar:
- Rocha extremamente impermeáveis-designadas rochas-cobertura, que impede a ascensão do petróleo (normalmente são rochas argilosas e salinas, pois têm sedimentos de tão pequena dimensão e tão pouco volume entre eles que o petróleo não consegue ascender);
- Rochas porosas e permeáveis, designadas rochas-armazém nas quais o petróleo tende a armazenar-se.
No entanto, para que hajam acumulações consideráveis de petróleo, é necessária a existência de estruturas geológicas a favor desta acumulação - armadilhas petrolíferas: falhas e dobras.

As rochas sedimentares, arquivos históricos da Terra
As rochas sedimentares formam estratos, que resultam do facto da deposição de sedimentos, por ação da gravidade, ser horizontal.
O estrato é a unidade estratigráfica elementar; É limitado inferiormente pelo muro e superiormente pelo teto.
À sequência de estratos depositados no mesmo ambiente sedimentar designa-mos sequência estratigráfica.
A estratigrafia é o ramo da geologia que estuda as relações, no espaço e no tempo, entre as rochas sedimentares.

Os ambientes de sedimentação distribuem-se pela superfície da Terra, nomeadamente mares, oceanos e continentes e os seus respetivos ambientes de transição.


Fossilização
Um fóssil pode ser definido como o resto ou um molde de um organismo que existiu no nosso planeta ou vestígios da sua atividade no passado.

Os fósseis indicam-nos informações sobre o meio ambiente em que viveram e a idade dos estratos que a contém.
Os fósseis são considerados de dois tipos:
- Fósseis de idade:
Seres vivos que existiram no passado com uma ampla distribuição geográfica e que viveram durante intervalos de tempo muito curtos na escala geológica. Dão-nos informações sobre a idade da era em que viveram.
- Fósseis de fácies:
Seres vivos que existiram no passado com uma pouca distribuição geográfica e que viveram durante intervalos de tempo relativamente longos na escala geológica. Dão-nos informações sobre o paleoambiente em que viveram.
Princípios da estratigrafia
- Princípio da horizontalidade:
Os depósitos sedimentares formam-se numa posição horizontal sob ação da gravidade.

- Princípio da sobreposição:
O estrato em estudo é mais recente que o estrato que está a cobrir e é mais antigo que àquele que o cobre.
- Princípio da continuidade lateral:
Estratos encontrados em locais diferentes que possuam as mesmas propriedades litológicas, considera-se que possuam a mesma idade.

- Princípio da identidade paleontológica:
Estratos que contenham o mesmo conteúdo fossilífero, contêm a mesma idade relativa.

Escala do tempo geológico
